Música e Audiovisual na Olido
*19 de Julho, domingo
Cine Olido (50 minutos / censura livre)
17h
$Grátis
“Jacaré” (50 minutos / censura livre)
No dia 22 de março de 2013 o DEDO gravou um jacaré por cinquenta minutos na Quinta da Boa Vista, São Cristovão /RJ. Simultaneamente, as forças do Estado ocupavam a Aldeia Maracanã fazendo o uso excessivo de armas não letais.
O áudio original de 2 helicópteros presentes na ocasião foi coletado, dando base à esta apresentação, uma improvisação em cima de uma estrutura pré-definida.
DEDO (RJ)
Unidade de criação e desenvolvimento de violações digitais fragmentárias e viralizantes.
Coletivo formado por Arthur Lacerda, Lucas Pires e Rafael Meliga, o DEDO é um projeto multimídia baseado no Rio de Janeiro que produz música experimental, instalações e materiais impressos. Seus membros, dedicados às artes tanto visuais quanto sonoras, desenvolvem zines, posters e discos, sempre trazendo um olhar particular sobre a vida contemporânea – e separadamente já se envolveram em variados aspectos da improvisação livre e do industrial.
O trabalho audiovisual do DEDO é de imersão, tanto dos músicos envolvidos quanto dos espectadores de suas apresentações, que são sempre minuciosamente estruturadas, ampliando a questão do palco e flertando com a performance e o ritual, apresentadas também em museus, galerias e eventos ligados à arte contemporânea.
http://dedo.bandcamp.com
De onde veio a ideia de filmar um jacaré por 50 minutos?
O DEDO é o jacaré e o jacaré é o DEDO. Foi uma descoberta que ocorreu na hora certa.
Por que a escolha desse animal específico?
Porque é um animal mitológico que vem acompanhando a humanidade e acumulando simbolos desde o Egito. Ele guarda mundos subterrâneos e exalta a movimentação do mundo através da sua inércia. Pulsões e forças primárias que resistem à domesticação.
Qual o paralelo que vocês fazem entre o jacaré e a invasão da Aldeia Maracanã? Há aí uma provocação?
Provocação não. Está mais para um dado/fato contextualizador que coloca a ação num tempo/lugar especifico. Fomos acompanhados por 3 helicópteros durante todo o registro e não podemos fugir das associações simbólicas, simplesmente aceitamos elas.
Qual o maior desafio de sonorizar essas imagens do jacaré? Como fazer com que algo tão simples fique interessante para o público?
Viver é o maior desafio. Como fazer com que algo tão complexo fique tão desinteressante para o público?
Fale um pouco sobre o trabalho e a história do DEDO. O projeto é composto por quantas pessoas? Como se formaram? Etc…
A história do DEDO é bem simples, fomos contratados. Temos uma pessoa que está acima de nós e abaixo de nós não há ninguém.
Entrevista com DEDO por email para Gabriel Fabri /Prefeitura de São Paulo | Secretaria de Cultura