Renê Freire
‘Átrio’
digital, 2022
brv#33
Piano e composições por Renê Freire
Produção musical por Renê Freire e Valério Fiel da Costa
Captação, edição e efeitos eletrônicos por Luã Brito
Mixagem e masterização por Emygdio Costa
Arte da capa por Alexandra de Moraes
Lançado por Brava e Menasnota no Inverno de 2022
Renê Freire faz mergulho emocional profundo no álbum “Átrio”
Pianista pernambucano lança segundo trabalho solo
Entre composições e improvisações, “Átrio” se desdobra em 8 faixas onde o pianista Renê Freire explora o fazer musical do ponto de vista criativo. Mais que um estudo que se tornou sua dissertação de mestrado em Composição na Universidade Federal da Paraíba, o disco é um registro cru e orgânico do piano solo enquanto meio de criação e expressão total de seu criador. O lançamento conjunto é dos selos experimentais Brava (SP) e Menasnota (BA).
Três interlúdios preenchem o trabalho de improvisos espirituosos, permeados por composições escritas entre 2016 e 2021, onde Renê Freire busca novos caminhos ao piano. O próprio músico assina a produção musical ao lado do orientador Valério Fiel da Costa, com efeitos eletrônicos de Luã Brito. A mixagem e masterização ficaram por conta de Emygdio Costa, completando assim o trajeto de “Átrio”, desde o Pernambuco natal de Renê, passando por São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Paraíba.
O título do disco vem cheio de significado. Além do sentido ligado à arquitetura – fazendo referência às entradas e salas principais de construções desde a antiguidade -, é no teor anatômico que a palavra ganha mais força. O átrio é, também, a primeira câmara de cada lado do coração, por onde passa o sangue. O título entrega a busca por significados que Freire realiza ao longo do disco, principalmente no que diz respeito ao fazer música como compositor.
“A ideia do nome ‘Átrio’ surgiu a partir de uma conversa informal com um amigo sobre os processos criativos em uma composição musical. Segundo a concepção deste amigo, o processo criativo em uma composição é fruto de um trabalho racional, quase puramente científico. Na conversa, eu discordei de tal assertiva, expondo que, na minha concepção, o ato criativo na composição musical teria uma ação muito mais emocional que racional. Devido a tais questionamentos gerados por esta discussão é que tive a ideia de intitular uma peça para piano, que eu estava compondo na época, que pudesse fazer alusão à inquietação gerada pela discussão. A palavra escolhida foi ‘Átrio’, que além da peça, que também está contida no álbum, se tornou o título do disco”, resume Renê.
Embora seja instrumental, o álbum traz, também, uma temática inerente a cada composição. Elas têm uma relação direta com questões de saúde mental presentes na vida do seu autor – depressão e síndrome do pânico -, traduzindo os sentimentos e sensações causados por elas.
“Partindo desta minha compreensão em relação aos processos criativos, o uso do termo Átrio passou a ter um significado de ‘a sala principal’, ‘a entrada’ para as minhas emoções mais profundas, assim como as câmaras do coração, órgão este que popularmente é relacionado com as emoções e os sentimentos”, completa.
“Átrio” vem na esteira do primeiro álbum solo de Renê Freire, “Nevroses”, lançado em 2020 pelo selo Música Insólita. O trabalho foi fruto de um acidente doméstico que resultou em um incêndio em seu quarto e um piano queimado. O músico utilizou o instrumento danificado para realizar uma improvisação direta, em uma referência ao piano preparado de John Cage – na década de 40, o compositor norte-americano inseria objetos como parafusos e borrachas entre as cordas com o intuito de desconstruir linguagens artísticas pré-estabelecidas e atingir sonoridades antes desconhecidas.
Os dois discos atestam a versatilidade de Renê Freire ao piano, um compositor que dialoga com o seu tempo e busca novas fronteiras para o instrumento. Com influências da música do começo do século XX e XXI, o músico natural de Caruaru, no agreste pernambucano, mescla peças de música contemporânea para piano e mista (piano e eletrônicos). Integrou o projeto Adamante, ao lado de Vinícius de Farias e Henrique Correia, com quem lançou o EP “Exercícios Sobre Mundanidade”, em 2016.
Agora, o músico olha para o futuro com a reverência à bagagem musical e emocional acumulada até aqui, porém com o frescor de quem se dispõe a desconstruir-se para reconstruir.
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Assessoria de Imprensa por Build Up Media
Fotos e vídeos de divulgação, identidade visual e mídias sociais por Everson Verdião
Design, identidade visual e mídias sociais por João Guedes
Menasnota (BA)
menasnota.bandcamp.com
O Selo Menasnota é o novo braço do Menasnota Criação, plataforma que propõe e colabora com projetos visuais, textuais, sonoros e performáticos ligados à arte contemporânea. A gravadora, que busca alternativas para o consumo de música na era digital, trabalha na intersecção entre fonograma, material gráfico/editorial e show. O primeiro número de seu catálogo é o instagram-album “40 bois sobre o abismo” (@40bois), de Heitor Dantas, lançado oficialmente no Festival de Ilustração e Literatura Expandida, que ocorreu em março desse ano.
Renê Freire
Pianista e compositor pernambucano, suas influências composicionais são, principalmente, a música para piano do século XX e XXI no ambiente da música de concerto.
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